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Conheça a Itália entre vinhedos, colinas e castelos.

Conheça a Itália entre vinhedos, colinas e castelos.

A rota de enoturismo da Toscana combina com slow travel, ritmo sem pressa para conhecer vilarejos e admirar a paisagem.

A beleza da Toscana, no Centro da Itália, ganha ainda mais charme em setembro com a Vindima. O período da colheita da uva é celebrado com festas, festivais e degustações nessa região italiana famosa por seus vinhos, castelos, aldeias medievais e colinas cobertas de vinhedos. É o momento perfeito para conhecer a paisagem e os sabores da Toscana, região de produção de alguns dos rótulos mais apreciados do mundo.

“É uma região encantadora por diversas facetas: a produção de vinhos maravilhosos, a própria geografia, com as montanhas e colinas que proporcionam um belo visual, e cidades maravilhosas – as mais bonitas da Itália -, como Florença, a pequena Montalcino, de onde vem o Brunello di Montalcino [vinho], e Monteriggioni, cidade amuralhada e no alto de uma colina”, comenta o empresário Odônio dos Anjos, que já esteve várias vezes na região, inclusive durante a Vindima.

A capital, Florença, e suas nove províncias compõem o roteiro pela Toscana. “As cidadezinhas são todas próximas e nelas a velocidade é diferente, se tem a tranquilidade de sentar em uma adega ou restaurante, olhar as pessoas e observar o pôr-do-sol. A Toscana é um destino romântico, perfeito para lua de mel”, diz o empresário.

Enoturismo

E para quem prefere dedicar a viagem ao enoturismo, vale explorar as duas mais conhecidas rotas do vinho: a clássica estrada do vinho de Chianti (entre Florença e Siena) e a de Montepulciano a Montalcino – estradas curvas e cinematográficas da Toscana.

Como a porta de entrada costuma ser Roma, pela própria facilidade de voos e estrutura do aeroporto, o empresário ressalta que o ideal é alugar um carro e começar o roteiro por Florença. “Escolher uma pequena cidade como base, de preferência Moltalcino, e, como tudo é muito próximo, fazer bate-volta e visitar umas três vinícolas por dia, almoçando em uma delas”, sugere.

A dica é percorrer 50 km em torno de onde se está hospedado. E para conhecer as principais vinícolas e curtir os festivais da Vindima, deve-se reservar entre três e cinco dias.

Videiras ficam carregadas nesta época

Vale ressaltar que em algumas vinícolas é preciso agendar a visita, principalmente, nesta época da colheita, em que o número de turistas é maior. Mais do que degustar o vinho, em setembro se pode apreciar a colheita, o processamento e conhecer a fabricação. “O sol na Toscana é exuberante e a região fica ainda mais linda agora, com as videiras carregadas de uva e grande movimentação no campo”, afirma Odônio.

Pequenas notáveis

As cidadezinhas da Toscana são pequenas, mas notáveis. Em Greve In Chianti (foto ao lado), a 30 km de Florença, coração da produção do vinho Chianti Clássico, vale a visita pela conhecida praça Giacomo Matteotti, com seus arcos e aldeias medievais. É um lugar para se sentar em um dos restaurantes da “piazza” e saborear a gastronomia e os vinhos dessa pacata comuna, parada obrigatória de quem vai de Florença a Siena pela SS-222, estrada que liga todo o território e tem uma bela paisagem, composta de vinhedos e oliveiras.

E se for visitar a Toscana na Vindima, vale muito a pena verificar a agenda dos eventos nas cidadezinhas. Entre os dias 6 e 9 de setembro, Greve sedia o 48º Chianti Classico Expo, que conta com programação artística e cultural, shows musicais, degustações e encontros com enólogos, nos quais se tem a oportunidade de conhecer um pouco mais da produção da bebida.

Bem próxima, a cerca de 20 km, já na província de Siena, a comuna italiana Castellina in Chianti tem menos de 3 mil habitantes e preserva estradinhas de pedra, castelos e vinícolas em seus arredores. A principal via é a Ferruccio, onde ficam os restaurantes e lojinhas.

Siena também entra na lista das festividades com a Festa dellUva e del Vino em Chiusi, de 28 a 30 de setembro, em que ocorrem degustações guiadas por sommeliers e há cardápios a partir de produtos locais nas adegas e performances.

Estrada de Chianti

Na clássica estrada do vinho de Chianti, na área rural da Toscana, o antigo mosteiro do século 10 foi transformado no Castello di Spaltenna Exclusive Resort & Spa. O hotel vinícola luxuoso fica em Castellina. Seus quartos têm decoração tradicional toscana e vista panorâmica do vale ou do pátio.

Ainda próximo a Castellina, outro hotel vinícola é o Castello La Leccia, uma construção do século 6 que fica no alto de uma colina. De seu terraço pode-se admirar a paisagem dos campos da Toscana.

A 30 minutos de carro de Florença está o luxuoso Castel del Nero, propriedade de 750 hectares pertencente às famílias nobres florentinas Del Nero e Torrigiani. O hotel fica a 15 minutos a pé da aldeia de Tavarnelle Val di Pesa e preserva seus 900 anos de herança arquitetônica com afrescos originais nos quartos. Situado na bela região vinícola de Chianti, conta com um restaurante com uma estrela Michelin. Na taberna do hotel, o hóspede pode jantar admirando o sol da Toscana, as vinhas e os olivais.

“Vale a pena se hospedar em um castelo e viver uma experiência que não faz parte de nosso cotidiano”, diz o empresário Odônio dos Anjos.

Berça da Vinicultura

Uma das principais razões para visitar a Toscana é sua reputação quando o assunto é vinho. “É uma das regiões mais antigas na tradição vinícola, desde a época dos Etruscos. Está no DNA”, comenta Priscila Roda, gerente de produtos da World Wine.

Embora a vinicultura seja tradicional, também é tecnológica, por isso visitar a Toscana na Vindima significa uma oportunidade rica de aprendizado. “Perfeita para qualquer enófilo que queira se aprofundar. Estamos falando no berço da vinicultura. A pessoa vai respirar o estilo de vida dos produtores e viticultores”, diz Priscila.

A uva sangiovese domina a produção de vinho na região e ganha diferentes denominações em cada ponto, produzindo vinhos famosos. “A Toscana é marcada pelo microterroir. Tem clima mediterrâneo com grande amplitude térmica, o que é muito benéfico para a uva sangiovese e os clones adaptados a cada microregião”, explica a gerente.

Priscila sugere conhecer duas grandes vinícolas. A Castello Banfi, especialista em sangiovese (uva), uma das pioneiras no cultivo na região de Montalcino e que tem como ícones os Rossos e Brunellos. A outra é Poggiotondo, localizada no coração do Chianti. “O enólogo Alberto Antonini é um dos mais prestigiados do mundo e a vinícola dele é de produção familiar e pioneira na vinicultura orgânica”, justifica.

Super toscanos

Os “vinhos fora da Lei”, assim chamados por não seguirem denominação de origem, são um quesito à parte e devem ser experimentados, segundo Priscila. “Representam a quebra de paradigma da Toscana. Mostram que a Itália não se resume a regras e tradições, embora tenham um posicionamento Premium. Às vezes são até melhores do que os mais altos da escala de denominação. São vinhos de grife. Nesse caso o que vale é o nome do produtor”, explica a gerente de produtos.

Nessa classificação, Priscila sugere visitar a vinícola Tenuta Sette Ponti. Bem restrita à visitação, quem pretende conhecê-la deve agendar a visita ainda no Brasil, pela importadora exclusiva no País. “O rótulo Crognolo é o que retrata o super toscano na vinícola e pode ser degustado também em adegas locais”, informa.

Priscila detalha que um dos principais argumentos para se provar um vinho desses é que ele entrega a tipicidade dos super toscanos e seu vinhedo está muito próximo aos dos vinhos mais famosos, além do custo mais acessível. “Se pode esperar aromas extremante complexos, com notas terciárias, como couro e aroma de evolução, por serem vinhos longevos”, explica.

Toda essa complexidade de região faz a Toscana ser o que é hoje, assim como a história renascentista. Uma região encantadora pela particularidade de cada produto e produtor.

Agriturismo: Hotéis-fazenda proporcionam imersão no campo

Uma forma bem autêntica de se hospedar na Toscana é optar por uma hospedagem charmosa que permita conhecer o dia a dia de uma fazenda, ou seja, ter uma verdadeira imersão no campo: o agriturismo. Os hotéis-fazenda geralmente produzem vinho ou azeite e são administrados por famílias. Além de ter as plantações como paisagem, seus vinhos são de fabricação própria e as refeições servidas costumam ser preparadas com o que é produzido no local. “Ideal para ficar como base e acompanhar a Vindima. São lugares lindos e acordar no meio de uma plantação de uva é algo maravilhoso. É uma experiência real e diferente observar o movimento da fazenda. Nessa época se vê as videiras carregadas de uvas, as pessoas no campo…”, descreve Odônio. O empresário se hospedou na La Crociona (foto acima), em Montalcino, que produz há mais de 40 anos o Brunello di Montalcino DOCG (leia sobre certificação de vinhos à esquerda). Para descrever a experiência ele brinca: “se furasse o piso do meu quarto, eu cairia direto na adega.”

De Montepulciano a Montalcino

A outra rota do vinho na Toscana começa na pequenina cidade medieval Montepulciano (foto mais acima, à esquerda), onde se produz um dos mais famosos vinhos DOCG da Itália, o Vino Nobile di Montepulciano. No alto de uma colina, as ruelas da cidade e suas construções de pedra são de uma beleza singular. No Vale Dorcia, Montalcino (acima) tem como símbolo o famoso Brunello, considerado um dos melhores vinhos do mundo.

 

FonteA cidade on 

 

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