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História do Rótulo da Garrafa do Vinho

História do Rótulo da Garrafa do Vinho

O Rótulo e sua História

 

O que é o rótulo?
O rótulo é um pedaço de papel colado sobre uma garrafa de vinho e sobre o qual estão impressas as informações a respeito do vinho, seu conteúdo e sua origem.

Fonte da Imagem:  http://www.oqueeisso.blog.br/wp-content/uploads/2009/04/02.jpg

“Em sua origem, os vinhos eram vendidos sem alguma menção, conservados em engradados e servidos em jarros. Indicava-se sua natureza sobre rótulos colados nos engradados ou nos jarros. Durante muito tempo, os vinhos foram identificados graças a estampas nas rolhas, e não por rótulos de papel.”
Algumas garrafas trazem um rótulo único ou figuram todas as menções obrigatórias e facultativas. Outras trazem um segundo rótulo fixado do outro lado da garrafa: este contra-rótulo fornece ao consumidor menções facultativas, e mais frequentemente informações complementares (cepa, tipo de elaboração em barricas ou cubas, harmonização com alimentos e vinhos prováveis, tempo de guarda e recomendações concernentes ao serviço).

 

Fonte da Imagem:  http://www.propositto.com.br/wordpress/wp-content/uploads/2011/11/C%C3%B3pia-de-Vinho-22.jpg

 

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Fonte da Imagem:  http://www.cobra.pages.nom.br/bm-garrafas.jpg

Se o vinho em garrafa não puder ser degustado, o rótulo torna-se uma crucial fonte de informação permitindo ao consumidor efetivar sua escolha. O rótulo pode ser ilustrado de desenhos ou gravuras do domínio vinícola, de reprodução de obras de artes ou representar, por exemplo, a tipografia de diferentes menções.

História

No antigo Egito, as ânforas levavam inscrições gravadas diretamente sobre uma placa fixada: uma inscrição do tipo “vinho negro do Monte Líbano” com a menção de uma data e o nome de uma pessoa, encontrada no túmulo de um faraó egípcio datado de 3500 a.C. Outras ânforas do mundo antigo possuíam estampas ou marcas pintadas indicando, às vezes, a origem ou a idade dos crus transportados.

Fonte da Imagem:  http://3.bp.blogspot.com/-nOIvyYVGwQU/UTDNMbv10HI/AAAAAAAAE6E/l9faK280_Oo/s1600/vinho-no-egito-antigo2.jpg

 

Fonte da Imagem:  http://wikiesh.wikispaces.com/file/view/anfora/148904245/anfora

Os vinhos foram comercializados até o século XVII em tonéis estampados a ferro quente para identificar a origem do fabricante ou do negociante (exemplo ainda atual: o B de Bandol marcado a ferro quente, o R de Rust). Ainda hoje os toneleiros marcam um dos fundos do tonel a ferro quente com seus nomes e às vezes com um rótulo (exemplo “Qualidade CTBA Certificado”).

 

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Com o desenvolvimento da garrafa de vinho protoindustrial no século XVIII, surgiu a necessidade de se colocar um rótulo sobre ela: os primeiros são de papel simples, às vezes, escritos à mão à semelhança de cartões de visitas. A invenção da litografia pelo alemão Aloys Senefelder em 1796 tornou possível a impressão de rótulos mais complexos com grafismos e cores a preços razoáveis, pois eram impressos em série. Esses primeiros rótulos surgiram na Alemanha, depois na França para o champanhe antes de se espalhar para todas as apelações no decorrer do século XIX.

 

Fonte da Imagem:   http://mariefrancemarquis.files.wordpress.com/2010/10/formes_bouteilles.jpg

 

Fonte da Imagem:   http://www.lexpress.to/data/manchettes/00007554.lrg.jpg

 

Fonte da Imagem:   http://wine-community.fr/wp-content/uploads/2013/01/domaine-tariquet-premieres-grives-2011-etiquette.jpg

 

A história do rótulo e sua evolução ocorre paralelamente ao surgimento das Apelações de Origem, que tornou o rótulo não apenas uma necessidade, mas algo obrigatório na identificação correta dos vinhos. Veja como a regulamentação contribuiu para que o rótulo contenha informações precisas sobre a procedência dos vinhos:

Lei de 14 de agosto de 1889: Definição legal do vinho “produto de fermentação completa ou parcial, da uva fresca ou do suco de uva fresca”.

1905: política de repressão às fraudes

1935: Criação do INAO (Instituto Nacional das Apelações de Origem) que passou a reger a existência dos grandes vinhos na França; criação das A.O.C. (Apelações de Origem Controlada) por Joseph Capus.

1946: Regulamentação dos VDQS (Vinhos Delimitados de Qualidade Superior).

O decreto de 30 de setembro de 1949 determina que os “vinhos vendidos sob o nome de ‘château’ devem prover uma exploração realmente existente e ser exatamente qualificada por essa palavra”. Em 1972, passou a ser necessário indicar a quantidade de vinho contido na garrafa.

1979: Regulamentação dos vinhos de mesa (VM) e vinhos do país (VdP)

Hoje o rótulo comporta seis menções obrigatórias: a denominação (vinho de mesa, vinho do país seguido do nome do país, ou apelação de origem controlada seguido do nome da área de apelação), o grau de álcool, o volume, o nome e endereço do engarrafador, acompanhados de sua qualidade, a menção “Produto da França” ou uma menção análoga para exportação o número do lote de onde provém a garrafa.

Fonte:  http://www.pierrevin.com/fr/pag1-Forum.htm

 

Indicações 

 

O sistema de classificação de vinhos varia de um país para o outro. Em alguns países, a classificação é feita por região e setor. Em outros, por exemplo, é necessário somente indicar o ano de produção.
Na Europa, a rotulação é relativamente delimitada, pois ela deve ser bastante indicativa para o consumidor. Se cada estado membro deve seguir certas regras, é, entretanto, livre para usar seu próprio sistema de classificação.
De acordo com esse regulamento, as menções seguintes devem aparecer sobre o rótulo:
• denominação por exemplo “vinho do país”, “vinho de mesa”, “AOC”
• nome e endereço do produtor, do engarrafador ou do vendedor do vinho
• nome do país de origem para todos os vinhos destinados à exportação
• conteúdo (a quantidade sem embalagem, por exemplo “75 cl”)
• porcentagem do volume de álcool se superior a 1,2%, o erro tolerado sendo de 0,5%
• menção sanitária da presença de sulfitos (conservante do vinho) desde 2005 se mais de 10 mg/l
• a presença de derivados do leite e de ovos a partir de 30 de junho de 2012

 

Fonte da Imagem:   http://www.e-winery.fr/up/medias/images/lire_etiquette.jpg

O produtor de vinho pode acrescentar informações suplementares. As mais frequentes são:
• uma menção mais precisa do tipo de vinho: “brut”, “demi sec” …
• o ano da colheita: é obrigatório sobre os rótulos dos vinhos “primor” e “novos”
• o tipo de cepa, se for determinativo para a compreensão do vinho, por exemplo, chardonnay, merlot, pinot blanc, syrah…
• o nome dos envolvidos na distribuição, por exemplo, “selecionado por…”, “importado por…”
• medalhas ou outros prêmios concedidos ao vinho
• recomendações para o consumo, por exemplo, “servir fresco”
Conforme a região ou apelação, o rótulo deverá respeitar os padrões especificados.

 

Coleção

 

Após a criação do rótulo de papel com o surgimento da litografia, uma nova mania surgiu entre os apreciadores de vinho: colecionar rótulos. Vamos saber um pouco mais sobre esse curioso passatempo:
Colecionar rótulos de vinhos é também chamado “enografilia” ou “enosemiofilia”.
As coleções podem ser puramente enofílicas, a classificação se faz então por região, apelação e domínio; ou então temáticas: os rótulos são classificados de acordo com o que contêm: animais, estabelecimentos, obras de arte, costumes tradicionais, veículos, ou ainda ser classificados por nomes etc.

 

Fonte da Imagem:   http://www.academiadovinho.com.br/images/rotulos.jpg

Fonte:   http://fr.wikipedia.org/wiki/%C3%89tiquette_de_vin

 

Muitas já foram as nossas incursões no fantástico Mundo do Vinho. A cada edição aprenderemos cada vez mais sobre vinhos de modo que você que nos acompanha possa apreciar cada vez mais essa bebida. Como contamos um pouco da história do rótulo, vamos na próxima edição, ensiná-lo exatamente como ler um rótulo de vinho e ajudá-lo a buscar todas as informações que podem influenciar na sua escolha.

Até lá!

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