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Especial Uvas Italianas – Capítulo 7

Especial Uvas Italianas – Capítulo 7

Uvas Autóctones mais conhecidas na Itália

 

Nossa saga pelo universo das uvas autóctones italianas continua no presente capítulo.

A Enovírtua quer que você, estudante e profissional do vinho, se torne um especialista no assunto e possa discursar com propriedade e conhecimento de causa sobre tudo o que se relaciona às uvas italianas.

Carignano del Sulcis [Sardegna]
Fonte:  http://www.vivaiosimbula.com/img/carignano.jpg

 

Mais uma vez nos encontramos diante de uma vinha de origem incerta. A tese mais aceita, baseada na análise de seus numerosos sinônimos dialéticos, a defende como proveniente do ocidente, provavelmente de Aragon, na Espanha, onde se difundiu, assumindo muitas vezes diversos nomes, do sul da França até a Algéria e a Tunísia. Na Sardenha teria se concentrado na região sudoeste graças à sua resistência aos ventos ricos em sal provenientes do mar. Pela sua elaboração se obtém agradabilíssimos vinhos para refeição, capazes de viver com sucesso uma vida comercial própria.

Casetta [Trentino e Veneto]
Fonte:  http://www.dipende-today.it/gmhost/www.dipende-today.it/eventi/uploads/food_and_wine/logom_uva.jpg

Diz a lenda que essa variedade teve sua origem no pequeno vale de São Valentino em Tretino, para depois difundir-se no vale vizinho de Lagarina. Hoje é cultivada na província de Trento e Verona. A Casetta, que recebeu seu nome de uma família que vivia nas terras de Marani, quase desapareceu em 1990, quando Albino Armani (proprietário da dita fazenda) e Tiziano Tomasi (cuja fazenda da família é a Cà Da Lora) deram vida a um projeto para o estudo dessa variedade e levaram adiante o Instituto Agrário de San Michelle em Adige, onde Tomasi operava como pesquisador. A Casetta é rica de polifenóis, e possui uma acidez pronunciada e tanino relativamente altos. Os vinhos à base de Casetta podem continuar e evoluir por dez anos ou mais. “Este não é um vinho moderno”, nos adverte Tomasi…
A cor rubi é muito concentrada, enquanto que no nariz apresenta traços de minerais terrosos. Na boca possui taninos marcantes e arenosos associados a uma notável acidez e com notas herbáceas com odores de ameixas, amoras e cerejas.

Carricante [Sicilia]
Fonte:  http://www.quincunx.it/img/var/carricante.jpg

A Carricante é uma vinha autóctone de bagas brancas que até o século passado era cultivada em toda a ilha, depois, a tendência a produzir vinhos mais coloridos, alcoólicos e mais estruturados impulsionou os produtores a reduzir seu uso e, hoje, é cultivada quase exclusivamente nas encostas mais altas da região etneia e em pequeníssima quantidade, juntamente com outras vinhas em calatino e em regusano. O nome Carricante parece que lhe foi atribuído pelos viticultores de Viagrande (Ct) que, há muitos séculos atrás, a elegeram e por sua abundante produção (capaz de encher uma carroça). Possui uma folha média, suborbicular ou pentagonal, trilobular ou pentalobular; cachos medianos, cônicos, simples ou com uma asa. De cor verde amarelada com listras verde-esbranquiçadas; a polpa possui um sabor simples e doce. Privilegiada com sistemas de plantio de produção limitada, com poda curta e pobre. Possui uma produção abundante e constante. É sensível a geadas primaveris e à seca, que, às vezes, provoca queimadura sobre os cachos não protegidos. Suporta pouco doenças critogâmicas. Esta vinha entra na constituição do Etna Bianco.
É uma vinha de maturação tardia que, cultivada em arbustos e oportunamente vinificada, dá origem a grandes vinhos brancos de duração inesperada, nos quais predominam sensações olfativas de maçã, broto de laranja, aniz junto a um típico e agradável toque ácido ao gosto que lhe confere estrutura e longevidade.

Catarrato [Sicilia]
Fonte:  http://www.theitalianwineconnection.com/Italian_Grape_Varieties/catarratto_bianco_wine_grape.jpg

Antiga vinha branca da Sicília está presente principalmente na região de Trapani. Começou a fazer parte do DOC de Alcamo e serve de base para o Marsala e para o Vermouth. Essa antiga vinha é uma das variedades mais cultivadas na Sicília onde é conhecida desde tempo imemoriais e serve para acrescentar corpo e álcool a muitos brancos locais. O nome significa abundância e sua produção na ilha é tamanha que coloca essa uva com bagos brancos entre as seis primeiras do mundo.
Antes da introdução da vinha Grillo, a Catarrato era usada sozinha com a Inzolia na produção de Marsala. Existem duas importantes subvariedades. A Catarrato comum, que é abundantemente cultivada na área de Trapani, possui um alto conteúdo de açúcar, por isso é mais adequada para a produção do Marsala. A Catarrato lúcida, que possui um baixo teor de açúcar e é mais difusa na região de Alcamo.

Cesanese [Lazio]
Fonte:  http://www.coletticonti.it/Images/Cesanese.1.JPG

É uma vinha histórica nascida em tempos antigos sobre as colinas que circundam Roma. Existem dois biotipos principais de Cesanese: o comum e o de Affile. Como implícito em seus próprios nomes, a Cesanese comum se encontra em vários pontos do Lazio, enquanto que a produção da Cesanese de Affile é limitada à província de Roma e, com predominância, na comuna de mesmo nome.
Sao três vinhos DOC que possuem como base esses biotipos: a Cesanese de Piglio, a Cesanese de Affile e a Cesanese de Olevano Romano. As regiões de produção são unidas entre si e encontram-se a leste da região dos Castelos Romanos. Esses vinhos podem ser elaborados secos ou suaves e podem ser feitos nas versões tranquilos e espumantes.

Cigliegiolo [Toscana]
Fonte:  http://www.poggiociliegio.it/wp-content/uploads/2013/02/IMG_5281.jpg

Essa variedade foi provavelmente introduzida na Itália pela Espanha seguida pelos peregrinos que retornavam de Santiago de Compostela. O nome deriva do aroma e da cor da cereja que são características dessa uva. Essa vinha é principalmente cultivada ao sul da Toscana onde consegue dar origem a vinhos interessantes. Sua baixa acidez a torna adequada para arredondar outros vinhos que necessitam de morbidez. Pode envelhecer bem. Às vezes, é usada em vinhos novos da Toscana.

Coda Di Volpe [Campania]
Fonte:  http://www.lucianopignataro.it/wp-content/uploads/2011/03/coda-di-volpe.jpg

É uma vinha notável desde os tempos dos romanos; é usada na Campania na preparação do Bianco del Vesuvio DOC e entra também na vinificação do Greco di Tufo. Trata-se de uma antiga variedade da Campania, cujo nome deriva do fato da prega mestra do cacho, um tanto recurvada, faz lembrar a cauda de uma raposa. Na Campania são produzidas duas tipologias da Coda di Volpe. A primeira se encontra na região do Sannio de Benevento. Aqui a Coda di Volpe é a vinha mais importante para um vinho tranquilo, seco que também é produzido na versão espumante suave e como vinho de sobremesa com cachos levemente passados. Nesse caso, a Coda di Volpe possui uma gradação alcoólica mínima de 14,5°. A segunda tipologia, que se encontra em Taburno, sempre na província de Benevento, está localizada sobre as frescas colinas nas encostas do Sannio. O solo é argiloso sobre extratos de pedra calcária e vulcânica. A Coda di Volpe dá um vinho seco e tranquilo, feito com pelo menos 85% dessa uva. Nessa região é também produzido um espumante gostoso e bom para beber, feito a partir da Coda di Volpe ou da Falanghina.
A Coda di Volpe é também cultivado nas costas do Vesúvio, o vulcão ativo que se impõe sobre a baía de Nápoles; aqui a vinha é chamada de “caprettone” ou “crapettone” e dá sua contribuição ao vinho DOC Vesuvio Bianco. Essa variedade ainda está presente nos DOCs: Campi Flegrei Bianco, Greco di Tufo e Solopaca Bianco.

Colorino [Toscana]
Fonte:  http://www.regione.toscana.it/documents/10180/596681/Vitigno+ad+uva+nera+Colorino+del+Valdarno.JPG/34bf877d-6724-41a5-ae0d-52a8ca9c01fa?t=1361959407978

O Colorino é a evolução de uma vinha toscana selvagem que ainda é cultivada, principalmente nessa região, de modo particular na província de Firenze, Siena, Arezzo e Pistoia. A vinha ainda é cultivada, com menor difusão, em Umbria, no Marche, no Lazio e em Liguria. Como se pode facilmente deduzir pelo nome, a Colorino era tradicionalmente usada para dar uma cor mais carregada a vários vinhos provenientes de outras uvas. Ora, alguns produtores começaram a fazer experiências com essa variedade que poderia, no futuro, desempenhar um papel mais importante na composição de vinhos.

Cortese [Piemonte]
Fonte:   http://vini-cantine.lifeandtravel.com/k-components/retrive_image.php/155.jpg?width=530&height=280&cropratio=1.89:1&image=/k-content/lifeandtravel/themes/viniecan

Os mais famosos vinhos brancos de Piemonte, em particular o Gave, derivam dessa variedade autóctone (se encontra igualmente na Lombardia). Defende-se que a Cortese tenha se originado sobre as colinas piemonteses de Tortona e de Alessandria. A partir daí se difundiu sucessivamente em Oltrepo Pavese e depois nos vinhedos ao redor do Lago di Garda. O vinho que se obtém a partir dessa uva possui um alta concentração de açúcar, uma acidez considerável e um teor alcoólico relativamente baixo. Os melhores Corteses são mórbidos e perfumados.

Fonte: http://www.parlapa.com/_news/page17/page13/page13.html

 

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